O presidente do Sindicato Rural, Eduardo Sanchez, recebeu na manhã desta quarta-feira (11) o presidente da Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul (FIEMS), Sérgio Longen; o secretário da Semagro, Jaime Verruck, e o presidente da comissão de Indústria e Comércio na Assembleia Legislativa, deputado estadual Paulo Correa, para discutir importantes demandas da classe produtora do látex.
Eduardo também preside a Associação de Produtores da Borracha de Aparecida do Taboado, a APROBAT, e tem levantado a bandeira do produtor que vem apostando nessa nova cultura e já transformou, num curto espaço de tempo, o Estado de Mato Grosso do Sul no 4º maior produtor de borracha do Brasil.
No entanto, os heveicultores estão sofrendo com a concorrência desleal praticada pelo comércio internacional, especialmente a Tailândia e Indonésia, que respondem por 35% e 23% da produção total, dominando o mercado consumidor, ainda que exercendo um modelo de produção escravocrata e entregando um produto de qualidade bastante inferior que o nacional.
Conforme apontado por Eduardo, a região Costa Leste é a maior produtora de látex do Estado de Mato Grosso do Sul, com 12 milhões de árvores plantadas em 22 mil hectares. Desse total, 15% já está em produção, colocando 12 mil toneladas por ano no mercado. Entretanto, a alíquota do ICMS, considerada alta pelos produtores, tem atrapalhado a competitividade e expansão do setor. “Reduzir o ICMS significa alavancar a cultura no Estado, aumentando a produtividade e a competitividade para o produtor, que precisa ser incentivado. Eu preciso do apoio de vocês, nas esferas em que atuam, para que olhem com carinho para esta questão”, explicou Eduardo, acrescentando: “temos um potencial muito grande aqui na região Costa Leste e precisamos do apoio do Governo do Estado”.
O presidente da FIEMS, Sérgio Longen, reforçou a importância em mostrar ao governador que hoje a contribuição do ICMS é pequena para o Estado (cerca de R$ 300 mil por ano) diante da estagnação que ela tem causado à produção da borracha, “já foi destravado um passo, que era o preço do óleo diesel, e isso já deu mais competitividade à cadeia produtiva. Eu entendo que agora, buscando a redução do ICMS do látex, nós iremos retomar o setor da heveicultura e as indústrias virão atrás da matéria-prima que está aqui”, disse ele.
O secretário Jaime Verruck afirmou que a Semagro irá fazer o georreferenciamento e o levantamento da projeção de produção da borracha no Estado, destacando principalmente a região Costa Leste, para reforçar o projeto que será encaminhado ao governador. Na mesma linha de entendimento, o deputado Paulo Correa se colocou à disposição para arregimentar apoio na Assembleia Legislativa.
Após a reunião, a comitiva ainda visitou uma área de seringais no município.
O Brasil, que no início do século XX era o maior produtor mundial de látex, hoje perdeu espaço para países asiáticos. No entanto, lá fora, segundo informou o presidente da APROBAT, a mão de obra é desvalorizada e mal paga, e o produto possui qualidadeduvidosa, enquanto que no Brasil é uma das atividades rurais mais bem remuneradas e que possibilita ao trabalhador (sangrador) a condição de sócio no negócio, agregando qualidade ao produto e à mão de obra, “é uma cultura que merece incentivo porque garante qualidade de vida às famílias que se dedicam à atividade”, reforçou Eduardo.
Atrair uma indústria para o beneficiamento da produção do látex é outro assunto constante na pauta. Semagro, FIEMS e Assembleia Legislativa pretendem desenvolver um projeto que vai desde a produção até a industrialização do látex, em 3 fases: plantação, colheita e processamento final. Ele deverá ser concluído em agosto com a finalidade de organizar a cadeia produtiva do setor no Estado e atrair, futuramente, uma indústria para processamento da borracha, que possivelmente será instalada na região, assim como novos investidores.