Aparecida do Taboado, que tem indústria consolidada e figura entre os 5 principais polos industriais do Estado, apresenta agora comércio em expansão e diversificação em áreas do Agronegócio. Com tradição na pecuária de corte e de leite, o município, que também passou a produzir cana de açúcar, frango, peixe e florestas plantadas, como eucalipto e seringueira, sendo ainda objeto de experiência para a Embrapa no plantio de soja, passa agora a experimentar o plantio de frutas e outras variedades da agricultura familiar.

Exemplo disso é o casal Alcídio Mariano Barbosa, de 72 anos, e a esposa Olivina Gomes Ferreira, 70, que estão investindo na plantação de tomate tinto híbrido. Eles utilizam um pequeno espaço do Sítio 2 Irmãos – propriedade que tem um total de 10 hectares e meio – para o cultivo de 400 pés, que ainda estão em fase experimental.

Como a atividade ainda é bastante nova em Aparecida do Taboado, o casal tem recebido apoio da Agraer e do Sindicato Rural, através da Assessoria Técnica e Gerencial do Senar (ATeG), que disponibiliza técnicos capacitados para o acompanhamento de todo o processo de produção.

Segundo Alcídio, a experiência começou no dia 5 de julho com o auxílio dos técnicos. Ele explicou que as mudas chegam à propriedade já com 30 dias e depois de 100 dias de transplantadas no solo começam a produzir. Já a colheita dura entre 60 e 90 dias, dependendo da época do ano.

Na roça experimental, seu Alcídio e dona Olivina, que já estão na 4ª colheita, chegam a produzir 200 kg por semana, totalizando aproximadamente 800 kg por mês, dos quais a metade é direcionada à merenda escolar do Município através de contrato com a Prefeitura. O restante, é comercializado no Box 2 da Feira, pelo próprio casal, e também em vários estabelecimentos comerciais da cidade.

Segundo eles, que contam com a ajuda de mais duas pessoas para lidar com tudo o que produzem no sítio, os principais desafios encontrados no cultivo do tomate se referem ao clima. Seu Alcídio destacou que as altas temperaturas nessa época do ano têm prejudicado a produtividade. Além disso, os produtores afirmaram que os custos com a atividade também são altos, principalmente com insumos e nutrientes. Outro ponto importante destacado por eles é que, após 1 ano de produção, é preciso fazer rotação de cultura para a recuperação do solo e que a plantação de feijão é a mais indicada.

A equipe do Costa Leste News conferiu de perto a plantação e se surpreendeu não só com a qualidade dos tomates, mas também com o tamanho deles. Há unidades que chegam a pesar entre 300 a 320g cada uma. Um verdadeiro espetáculo!

Variedades

Mas seu Alcídio e dona Olivina aproveitam muito bem os 10 hectares de terra que, com muito esforço e fé, conseguiram adquirir a esta altura da vida. Além da plantação de tomate o casal ainda cultiva quiabo, abóbora, maxixe, jiló, pimenta, mandioca, banana, abacaxi, manga, cenoura e várias hortaliças, como alface e cheiro verde.

A plantação de banana, que soma 800 pés, começa a produzir em menos de 60 dias e a expectativa é colher cerca de 200 kg da fruta para vender no comércio local. Já a produção de mandioca segue acelerada, com mais de 5 mil pés e uma produção estimada de 2kg por pé.

E sem tempo para o ócio, eles ainda produzem queijo e manteiga caipir

a com o leite que conseguem retirar de duas vacas leiteiras que tratam com enorme carinho e fazem questão de manter o quintal sempre ‘um brinco’, “eu acordo antes das 5h da manhã e já começo a varrer tudo. Depois faço o café e já dou um jeito de acompanhar as atividades nas plantações. Mas lá no campo quem cuida de tudo mesmo é o Alcídio, que ainda encontra tempo para fazer as porteiras, arrumar o chuveiro, trocar lâmpadas e muitas outras coisas”, conta dona Olivina.

Mas ela também é arretada. Com 70 anos de idade, dona Olivina cuida sozinha dos afazeres da casa – que não é pequena – e chama a atenção pelo cuidado especialmente com os alumínios, os quais ela faz questão de manter sempre ‘areados’, ou seja, brilhando.

Turismo

Com tanta diversidade à mostra, a propriedade do seu Alcídio e dona Olivina, além de revelar as inúmeras possibilidades que oferece a terra em Aparecida do Taboado, acende uma luz para o turismo rural ainda pouco – ou nada – explorado no município, seja por falta de investimento na área ou por falta de conhecimento.

Para manter a propriedade rentável, a dica do casal é focar na busca por conhecimento e ter muita dedicação.

Fonte: Costa Leste News