A safra 2018/2019 traz uma novidade no município: o plantio de soja em área sem irrigação, conhecida como sequeiro. Porém, tudo começou muito antes, por meio de uma parceria que envolveu o Sindicato Rural, a Fundação Chapadão e a Aprosoja. Depois de 4 anos de experimentos em 40 cultivares de soja RR e IPRO no pivô e 13 cultivares no sequeiro, na Fazenda Santo Anastácio, onde foram instalados os ensaios, ficou comprovado o potencial do município para este seguimento.
O produtor Rural Albenah Garcia Filho é um dos pioneiros na atividade e realizou o plantio em uma área de 35 hectares para testar uma das cultivares de soja com ciclo de médio a longo, em torno de 125 dias, e a área foi escolhida por já ser mecanizada e estar próxima das condições desejadas para a produção da leguminosa.
Nas propriedades da família, o pecuarista desenvolve criação de gado em todas as fases: cria, recria e terminação (engorda) de animais no sistema de confinamento, que são destinados para o abate. Com o plantio de soja, o objetivo principal é fazer consórcio, integração lavoura/pecuária, buscando o aumento de capacidade de suporte de gado no pasto.
A expectativa de produção é de 30 a 35 sacas por hectare no primeiro ano e, a partir do segundo, atingir mais de 40 sacas por hectare. O produtor rural, que administra as propriedades com participação dos filhos Albenah Neto e Diogo, informou que essa experiência será a base para a ampliação das atividades agrícola nas propriedades, “a partir do momento que nos obtivermos mais know-how na condição dos tratos culturais, a lavoura de soja deve atingir 20% da área total das propriedades”, disse ele.
A família, que é tradicional da atividade pecuária, notando que a extração de nutrientes do solo exige adubação e correção regularmente, com um custo elevado, passou a buscar informações e chegou a conclusão de que através da rotação de cultura com a implementação da lavoura de soja conseguiria repor os nutrientes e, consequentemente, ter maior oferta de capim.
No município de Aparecida do Taboado existem 3 produtores que já estão produzindo soja no sistema de pivô central (irrigação) e dois que estão desenvolvendo experiência com variedades de soja em sequeiro. “Estamos encorajados em desenvolver mais essa atividade no município e, caso tenhamos sucesso, serviremos de incentivo para outros produtores a iniciar o plantio de soja, que é uma nova opção para o produtor rural e, assim, fomentaremos a economia local e, quem sabe no futuro, atrairemos empresas ligadas ao setor que comercializam defensivos, sementes, máquinas e equipamentos agrícolas. E talvez com um maior volume de produção, tenhamos a instalação de um secador e armazém de grãos, proporcionando uma melhora de renda para o produtor rural, a criação de novos postos de trabalho com reflexos muito positivos na cidade”, concluiu Albenah.